É Carnaval!
Espremido e sendo empurrado a todo o momento, ele tenta se mover em direção à liberdade, ao ar puro longe da aglomeração de pessoas, e não esta muito longe, pouco mais de oito metros e estará livre, porém o empurra-empurra não o deixa mover-se. “_A se eu pudesse voar” ele pensa, porém tal ato seria impossível para sua condição humana, era melhor nem ter ido, todos sabem bem como são estas festas. “_Como seria melhor estar em casa vendo tudo pela TV”, mas agora é tarde, deveria ter tomado essa decisão antes, agora deverá pisar por todo o chão sujo, e sabe-se lá de que, todo suor no corpo das pessoas, toda bebida e o odor insuportável. Dizem que é um momento de alegria, quatro dias de pura festa e diversão. Não para todos. Divertido seria não estar ali.
Só mais alguns passos e, um passo dentro de uma poça de água. “_Oh meu Deus! Meu tênis novo.” Já era! Mais uma boa lembrança desta maravilhosa festa. Lembrança que não serão fáceis de esquecer, coisas que viu e desejou não enxergar naquele momento, sem contar os “pisões” no pé que deixaram marcas por um bom tempo. “_Como as pessoas podem gostar e querer estar aqui?”. É como dizem, existe gosto para tudo.
Empurra um aqui, outro ali e está a quatro passos da liberdade desejada. “_Estas pessoas poderiam facilitar para mim, Só quero sair!”. Nuca foi tão longe atravessar uma rua, deveria ter uma área no meio das pessoas para quem quiser transitar fora do aperto. Pronto, mais um passo e estará livre. “_Ufa! Que alívio!”. Corre desesperadamente em direção ao poste de luz. “_Agora sim, doce liberdade! Não aguentava mais um segundo sequer este aperto.” Pronto, após tirar a água do joelho, ele volta para a o “bolo de pessoas” e começa tudo de novo. Afinal de contas, é Carnaval!Texto publicado 20/02/2015 no jornal local - Jornal Serranense
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